No domingo de Páscoa (20), um dia antes de sua morte, o Papa Francisco fez sua última aparição pública na Praça de São Pedro, no Vaticano. Com a voz ainda fraca e visivelmente debilitado, o pontífice pediu ao mestre de cerimônias que lesse a tradicional mensagem “Urbi et Orbi”. Mesmo assim, deixou palavras firmes e emocionadas, que agora ganham um novo peso.
Em sua última mensagem ao mundo, Francisco relembrou o significado da Páscoa e reforçou a esperança em tempos difíceis. “O amor triunfou sobre o ódio, a luz sobre as trevas e a verdade sobre a falsidade. O perdão triunfou sobre a vingança… o mal não tem mais poder sobre aqueles que aceitam a graça deste dia.”
Um apelo por empatia e reconciliação
A fala do papa foi um convite à reconexão com o outro — inclusive com os que vêm de longe, com histórias e culturas diferentes. “Neste dia, gostaria que todos nós renovássemos a esperança e a confiança nos outros, incluindo aqueles que são diferentes de nós… pois todos somos filhos de Deus.”
Conflitos pelo mundo: o clamor pela paz
Em um mundo ainda marcado por guerras e injustiças, Francisco usou sua última mensagem para denunciar a violência e clamar por soluções humanas e duradouras:
-
Pediu cessar-fogo imediato em Gaza e orações para os povos da Palestina e Israel.
-
Citou a Ucrânia, desejando que Cristo “conceda o dom pascal da paz”.
-
Lembrou da crise prolongada no Iêmen e da delicada situação no Líbano e na Síria.
-
Exortou pela reconciliação no Cáucaso, pedindo um acordo entre Armênia e Azerbaijão.
-
Mencionou os desafios em Mianmar, República Democrática do Congo, Sudão e Sudão do Sul.
A mensagem ainda destacou a importância de combater o antissemitismo e de proteger os mais vulneráveis, como mulheres, crianças, migrantes e cristãos perseguidos.
Liberdade, desarmamento e o valor da vida
Francisco também falou sobre os perigos do rearmamento e da política guiada pelo medo: “Não pode haver paz sem liberdade religiosa, liberdade de pensamento, liberdade de expressão e respeito pela opinião dos outros… A exigência de que cada povo zele pela sua própria defesa não deve transformar-se numa corrida ao rearmamento.”
Para o papa, os verdadeiros instrumentos de paz são aqueles que constroem o futuro: combate à fome, apoio aos necessitados e promoção do desenvolvimento. “Estas são as armas da paz: armas que constroem o futuro, em vez de semear a morte.”
Um pedido final por compaixão
Por fim, Francisco defendeu que a Páscoa fosse uma ocasião de libertação para prisioneiros de guerra e presos políticos, pedindo que o princípio da humanidade guie cada uma de nossas ações. “Não podemos nos dar ao luxo de esquecer que não são alvos que são atingidos, mas pessoas – cada uma delas dotada de alma e dignidade humana.”
A última mensagem de Francisco reforça a essência de seu pontificado: acolhimento, humildade e paz acima de tudo. Mesmo em seus momentos finais, escolheu olhar para o mundo com empatia, estendendo a mão àqueles que mais sofrem. Um legado de fé e humanidade que seguirá inspirando milhões.
Redação Ana Maria Digital
AnaMaria Digital é para a mulher que (se) transforma! Uma publicação do Grupo Perfil, feita de mulheres para mulheres!